quarta-feira, 26 de abril de 2017

Area de lazer



Área de piscinas deve ter piso antiderrapante e termicamente confortável

Segurança no uso e conforto térmico são os principais aspectos que norteiam escolha do revestimento, que também deve considerar adequação estética e facilidade de manutenção
Texto: Gabriel Bonafé - revista Infraestrutura Urbana









Sentar e andar em volta de uma piscina em um dia de calor são atividades associadas a momentos divertidos e prazerosos. Por isso, os revestimentos de pisos nessa área não deveriam causar desconforto térmico aos usuários. No entanto, muitas vezes o problema acaba sendo ignorado pelo especificador do projeto, que não escolhe materiais atérmicos. “Um piso que absorve o calor não permite nada disso”, salienta Celso Laetano, arquiteto à frente do escritório Celso Laetano Arquitetura.

Além disso, para que os usuários circulem com segurança em volta da piscina, é fundamental que os pisos sejam antiderrapantes. “Ao optar por um piso liso ou inadequado para áreas externas, corre-se o risco de acontecer algum acidente quando ele estiver molhado — condição em que ele se encontrará na grande maioria do tempo, aliás”, justifica a arquiteta Carolina Sakuno, sócia do escritório CF Arquitetura.

 Revestimentos atérmicos e antiderrapantes (Nonnut Nomrawee/ Shutterstock.com)

ESTÉTICA E MANUTENÇÃO
Além de escolher revestimentos antiderrapantes e atérmicos – ou seja, que tenham baixa absorção de calor –, também é preciso ter cuidado com aspectos estéticos e as particularidades de cada projeto. “Londrina (PR) está em uma região com terra vermelha. Portanto, não é aconselhável escolher um piso claro e poroso, pois com o tempo esse material irá manchar”, exemplifica Sakuno.

Outro fator que deve ser considerado é o perfil do cliente. “Tem gente não gosta de se preocupar com a manutenção da casa”, conta o arquiteto Fausto Cintra, também sócio do CF Arquitetura. Nesse caso, o ideal é optar por soluções com baixa demanda por limpeza.

Quem gosta de algo mais natural pode optar pedras naturais e pela madeira, que apresentam acabamento mais nobre 

Fausto Cintra
PISOS RECOMENDADOS
As diversas opções de pisos para áreas de piscina permitem atender amplas preferências. “Quem gosta de algo mais natural pode optar pedras naturais e pela madeira, que apresentam acabamento mais nobre”, aponta Cintra. Entre as pedras naturais, destacam-se o mármore, o travertino, a São Tomé, o arenito e o Goiás. Dependendo da região onde esses materiais forem instalados, pode ser necessário aplicar uma resina para preservar o acabamento externo e facilitar a limpeza.

Já a madeira pode ser instalada como decks, solução que exige manutenção periódica. “Uma solução viável são as madeiras plásticas, que preservam o visual do material e não requerem tanta manutenção”, indica Sakuno. Cabe ressaltar, ainda, que a madeira não apresenta propriedade atérmica tão eficiente quanto os revestimentos rochosos.
Londrina (PR) está em uma região com terra vermelha. Portanto, não é aconselhável escolher um piso claro e poroso, por exemplo, pois com o tempo esse material irá manchar 

Carolina Sakuno,
Já para quem não quer ter preocupações com manutenção, a solução mais indicada é o fulget. Por não possuir rejunte, sendo praticamente monolítico, o material é o mais fácil de limpar entre todas as opções. Porém, caso ele seja danificado, a recuperação pode se tornar um problema para o proprietário, implicando em diferenciação de tonalidades.

Quem busca custo-benefício pode optar pelo piso de placas cimentícias. No entanto, encontrar esse material com baixa absorção térmica pode ser difícil, considerando que são poucos os fabricantes. Esse tipo de piso também exige resina protetora para preservar o acabamento superficial.
De acordo com Laetano, o material mais indicado para piscinas públicas e parques aquáticos são os pisos cerâmicos atérmicos, cujo uso já é consagrado.

 
TABELA COMPARATIVA
PISO
VANTAGEM
DESVANTAGEM
Fulget
Sem rejunte, suja menos e apresenta fácil limpeza.
Manutenção difícil em caso de danos.
Pedras naturais
Apresentam baixa absorção de calor e são antiderrapantes, além do visual nobre.
Além do custo mais alto, podem encardir com facilidade devido ao rejunte e, dependendo do projeto, requerem resina protetora.
Madeira
Material nobre e com grande apelo estético em áreas externas.
A absorção de calor é maior do que a de revestimentos em rocha. Também requer manutenção periódica.
Placas cimentícias
É um dos materiais com menor absorção térmica; ideal para regiões muito quentes.
Se não for aplicado com resina protetora, pode encardir com facilidade. O material é fabricado por poucas empresas.
Placas cerâmicas
Uso consagrado em piscinas públicas e parques aquáticos.
Devido ao grande espaço do rejunte, suja com mais facilidade e pode oxidar com o tempo.


Colaboração técnica

Carolina Sakuno – Arquiteta formada pela PUC-Campinas em 2005. Fez pós-graduação em Barcelona, em 2006 na Universitat Politecnica de Catalunya. É sócia do escritório CF Arquitetura.

Celso Laetano – atua há 34 anos no mercado, à frente do Celso Laetano Arquitetura, que ganhou reconhecimento pela realização de projetos com linguagem e conceitos diferenciados, além do extremo rigor na execução. O escritório desenvolve trabalhos nas áreas residencial, comercial e de interiores em várias cidades de São Paulo, com grande ênfase ao detalhamento do projeto, buscando equilíbrio entre praticidade e qualidade duradoura.

Fausto Cinta – Arquiteto formado pela Unifil em 2007. É sócio do escritório CF Arquitetura.